terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Muitas pessoas, inclusive nos livros de História, não sabem a verdadeira e linda História de amor vivida entre Amélia de Oliveira e Olavo Bilac...
Já li na internet comentários de que Olavo era machista...GENTE!!!
Naquele tempo as coisas eram diferentes, infelizmente as mulheres eram submissas aos homens e nem mesmo podiam fazer poesias, precisavam usar nomes de homens para publicá-las, como fez Amélia durante muito tempo.
Quando ela colocou no jornal uma poesia sua Olavo ficou muito aborrecido, pois mulheres que escreviam, que faziam qualquer tipo de arte eram mal faladas e ele por amor, por não querer que ela fosse julgada erroneamente, ficou muito aborrecido.
A interferência da família foi o que causou a separação deles...muito preconceito em relação a cor.
No entanto ela viveu esse amor, mesmo á distância e quando Olavo morreu, vestiu-se de negro até o dia de sua morte.
Amor lindo que permanece até hoje nos versos que fizeram um para o outro.
Patricia Metzger

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A RESPOSTA DE OLAVO BILAC









Este é o primoroso, o soneto-resposta do grande poeta, com o mesmo título, "Prece",
um soneto em que há, a um tempo, beleza, perfeição, humildade, arrependimento, remorso e desespero:

" A resposta de Olavo Bilac "

Durma, de tuas mãos nas palmas sacrossantas,
o meu remorso. Velho e pobre, como Jó,
perdendo-te, a melhor de tantas posses, tantas,
malsinado de Deus, perdi... Tu foste a só!

Ao céu, por teu perdão, a minha alma, que encantas,
 suba, como por uma escada de Jacó!
 Perdi-te... E eras a graça, alta entre as altas santas,
a sombra, a força, o aroma, a luz. . . Tu foste a só!

Tu foste a só!. . . Não valho a poeira que levantas,
 quando passas. Não valho a esmola do teu dó!
- Mas deixa-me chorar, beijando as tuas plantas,

mas deixa-me clamar, humilhado no pó:
Tu, que em misericórdia as Madonas suplantas,
acolhe a contrição do mau. . . Tu foste a só!



Amélia de Oliveira (1868-1945)


Amélia, tempos depois, ainda esperançosa de revê-lo, exprimiu seus sentimentos nos sonetos abaixo:
 Amélia de Oliveira (1868-1945)

Talvez já tudo tenhas esquecido:
aquela casa e as árvores frondosas
da entrada do caminho e as brancas rosas
  e o coqueiral, altivamente erguido.

O bando de aves tímidas, saudosas,
a desferir seu canto enternecido,
e aquele céu azul, indefinido,
cheio de sóis, de estrelas luminosas.

Quanta mudança encontrarás se um dia
  ali fores!. . . Tristonhos, tumulares,
  o arvoredo, o rosa !... O espaço mudo.

E só, errante, a soluçar, sombria,
  a saudade acharás se ali voltares.
Mas... Talvez tenhas esquecido tudo!
 Amélia de Oliveira (1868-1945)
" Prece"
Não te peço a ventura desejada,
 nem os sonhos que outrora tu me deste,
 nem a santa alegria que puseste
nessa doce esperança já passada.

O futuro de amor que prometeste,
 não te peço! Minha alma angustiada
 já te não pede, do impossível, nada,
 já te não lembra aquilo que esqueceste!

Nesta mágoa sofrida ocultamente,
nesta saudade atroz que me deixaste,
neste pranto que choro ainda por ti,

nada te peço! Nada! Tão-somente
 peço-te, agora, a paz que me roubaste,
 peço-te, agora, a vida que perdi!

Olavo Bilac


Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
e triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
a alma de sonhos povoada eu tinha...

E paramos de súbito na estrada
da vida: longos anos, presa à minha
a tua mão, a vista deslumbrada
tive da luz que teu olhar continha.

Hoje, segues de novo... Na partida
nem o pranto os teus olhos umedece,
  nem te comove a dor da despedida.

E eu, solitário, volto a face, e tremo,
vendo o teu vulto que desaparece
na extrema curva do caminho extremo.

Olavo Bilac, eterno amor de Amélia de Oliveira


Olavo Bilac, grande amigo de Alberto de Oliveira, freqüentava-lhe a casa,
 em Niterói (uma chácara na Engenhoca), juntamente com jornalistas,
escritores e poetas de evidência na época, dentre os quais Paula Nei, Pardal Mallet,
Raimundo Correia, Luiz Delfino, Artur Azevedo, José do Patrocínio, Filinto de Almeida,
Guimarães Passos, Lúcio de Mendonça, Salvador de Mendonça, Valentim Magalhães, Raul Pompéia.

Bilac, o mais destacado de todos, apaixonou-se por Amélia de Oliveira (1868-1945),
irmã de Alberto de Oliveira e, também, poetisa.

Cortejou-a, chegando a ficar noivo dela.

O romance, porém, por circunstâncias diversas, inclusive pela objeção de um dos irmãos de Amélia,
não teve longa duração.

Bilac desapareceu da casa de Alberto de Oliveira.

Rompido o noivado, houve, da parte da Musa e do Poeta,
uma troca de sonetos, que podem ser lidos em SUA POESIA no link acima.

Se os de Amélia, são matizados de suavidade dolente,
 os de Bilac, são verdadeira obras-primas e lá estão no seu livro "Tarde".

Ambos morreram solteiros, ela sobrevivendo 27 anos ao grande cantor.

Segundo Elmo Elton, Amélia de Oliveira ao escreve-los, usou o pseudônimo de Emília da Paz.

AMÉLIA DE OLIVEIRA


AMÉLIA DE OLIVEIRA
(1865?-1945)



Amélia de Oliveira foi a eterna noiva de Olavo Bilac, era irmã de seu amigo o poeta Alberto de Oliveira. Por certo, chegaram a ser noivos oficialmente mas, com a morte do pai dela, o irmão que assumia o posto de patriarca da família, impediu o noivado. Nenhum dos dois casou e continuaram trocando poemas de amor. Como os que vão abaixo, que ela supostamente dedicou ao amado:



SONETO

Não te peço a ventura desejada,
Nem os sonhos que outrora tu me deste,
Nem a santa alegria que puseste
Nessa doce esperança, já passada.

O futuro de amor que prometeste
Não te peço! Minha alma angustiada
Já te não pede, do impossível, nada,
Já te não lembra aquilo que esqueceste!

Nesta mágoa sorvida, ocultamente,
Nesta saudade atroz que me deixaste,
Neste pranto, que choro ainda por ti,

Nada te peço! Nada! Tão-somente
Peço-te agora a paz que me roubaste,
Peço-te agora a vida que perdi!



SONETO

Noite fechada! O espaço inteiramente
É trevas, Que tristeza encerra esta hora
Em que tudo é silêncio e a alma que chora
Abafa as vozes do sofrer latente!

Mas um canto vibrou, longe, plangente...
Quem é que a solidão perturba agora?
OH! Quem se atreve pela noite afora
Um grito desferir, lugubremente?

É, porventura, uma alma forasteira,
Que vagueia, sozinha na espessura
Da noite, procurando a companheira?

Não... Talvez seja a gargalhada insana
De alguma ave de agouro que procura
Escarnecer da dor da vida humana!


OS DE ONTEM

Os de Ontem*

Houve um tempo em que - o sol aparecia-
Sob um céu todo anil eles passavam,
Passavam rindo, como a luz do dia,
Cantando, como os pássaros cantavam.

Esta mesma vertigem que inda agora
Nos impele ao prazer, e a um sonho lindo,
É que os levava, em  tão formosa aurora,
Entre raios de sol, cantando e rindo.

Seus nomes inda falam desses anos,
Entalhados em árvores que os viram,
Cujos ramos - assim como de enganos
Se despiram seus peitos - se despiram.

Inda os passos as grutas ensombradas,
Das palmeiras aos frescos rumorejos,
Lhes repetem, assim como as risadas
E o estalido frenético dos beijos.

E dos córregos múrmuros, cantantes,
Sobre as águas. nos ares e entre as flores,
Inda se ouvem as sílabas errantes
Dos diálogos febris desses amores.

ALBERTO DE OLIVEIRA

VOZ DA NOITE

VOZ DA NOITE

Nestas doridas horas da calada
Da noite, inquieto meditando ainda
Um velho assunto, escuto em voz magoada
Lá fora um canto de ternura infinda.

Suspenso então: - Que lira enamorada,
Que harpa celeste ou cítara benvinda
Anjos vibram, que em trêmula toada
A alma arrebata pela noite linda?

Indago. E presto, a porta, embevecido,
Abro. Derramo na amplidão vazia
Olhos de espanto, aguço atento o ouvido...

Mas cessa o canto, e nos dormentes ares
Vejo apenas a lua, enorme e fria,
Calma, suspensa, dominando os mares.

Alberto de Oliveira

RELACIONAMENTOS


Relacionamentos

Como lidamos com as diferenças:
É muito difícil convivermos sem esbarrarmos nas grandes dificuldades de conviver com pessoas que são muito diferentes de nós!
Precisamos estar juntos, sem nos anularmos, sem perdermos nossas identidades, nossos sonhos…porque o tempo não volta para que possamos ter a oportunidade de recomeçar…
Aí nos sentimos incapazes, frustrados e não achamos razões para tentar, pelo menos, mudar o presente, para que o futuro seja um pouco diferente.

Patricia Metzger


CONVIVÊNCIA

Viver é fácil, conviver é difícil…
Difícil falar , para quem não sabe ou não quer ouvir…

Difícil ouvir, para quem não quer ou não sabe falar…
Difícil amar quem não sabe o que é o amor…
Difícil ser amada por quem é egoísta demais e confunde amor com possessão…
Difícil amar quem não é justo,
Difícil amar quem não te respeita.
Difícil amar quem não divide, quem não soma….
Difícil amar!!!
É muito ruim quando se perde o referencial de si mesmo…
Quando se perde os amigos…
Quando se perde o amor…
Quando se perde os sonhos…
Tudo fica muito difícil… e aí nos olhamos no espelho e perguntamos:Quem sou eu? Para onde fui? O que me tornei?
Aí bate um desejo ENORME de resgatar tudo que se perdeu…
Nós mesmos, os amigos…
Porque o tempo, os sonhos já sonhados…
…esses??? Jamais reviverão!!!!

Patricia Metzger.

05/01/2012

HOMENAGEM A MANUELA





Rosa, margarida, jasmim, lírio…

Tantas flores…mas a flor que mais perfume exalou,

Que mais beleza deixou,

Deus, no seu imenso amor,

Para junto Dele a levou.

Menina flor,

Menina amor,

Que a todos encantou.

Menina Manu

Menina Manuella

Que estará sempre na vida

Daqueles que a amou!!!

Hoje enfeita os jardins Celestiais,

E vive como um anjo que encantou,

Como uma flor que desabrochou,

E que em sua curta trajetória…

Tanto amor plantou!!!!!!

Patricia Metzger
Sua tia que mesmo não a vendo sempre a amou e amará!!!

ESPERA

Espera…

Espera inquietante que desatina o peito inflamado de saudade!

Espera do desejo guardado nos escombros da alma ferida.

Espera dos sonhos agora tão longe…

Perdidos nos momentos errantes…

Espera de encontros marcados apenas pelo tempo que já passou.

Espera pela espera de algo novo…

Espera de mim…do que fui ou apenas do que pensei ter sido.

Patricia Metzger

05/01/2012

O mistério que o olhar carrega…é encoberto por um simples véu,


Que tudo mostra, para quem realmente quer ver!!!


Essa sou eu!


Patricia Metzger


26/01/2012

domingo, 29 de janeiro de 2012


Distância

Por que um tom amargo na voz?

Por que um rosto marcado por expressão de desamor?

Onde ficou aquele corpo que me amou pela manhã?

O que eu fiz, para lhe causar tanto rancor?

Passado e presente se misturam…

E eu me pergunto:

O que restou  de você para o meu futuro?

O que sobrou do nosso amor?

Patricia Metzger



solidão

Por entre as nuvens carregadas,

Um avião passa cortando a solidão que arde em meu peito.

Não há sol…

Não há estrelas…

Apenas o desejo latente de liberdade…

Essa, presa num passado distante,

Que sangra e queima,

dilacera, rasga e definha na tristeza,

Marcada pelo tempo…

Um tempo que já passou!

Patricia Metzger


Oceano…

O que nos separa além, do oceano?

O que nos une, além da música e da dor?

O que nos separa, além do dia e da noite?

O que nos une, além do choro e da saudade?

O que nos separa?

O que nos une?

Além do desejo de estar…

Da vontade de alcançar?

Patricia Metzger

26/01/2012



Oceano…

Mundo caótico

As pessoas andam nesse caótico emaranhado 
Da corrida contra o tempo que não para.
Nada para…
Os pensamentos são quase audíveis em meio a multidão que segue.
A vida flui sem que possamos alterar seu curso
As pessoas vem e vão…
Todos se olham, ninguém se vê.
Apenas passam e deixam um rastro suave
De seus perfumes e suores,
de seus sonhos e de seus “nada”.
No silêncio do tumulto
Apenas a fuga,
Apenas a dor,
Que transparece em cada olhar que passa por mim.

Patricia Metzger
26/01/2012



sábado, 28 de janeiro de 2012

BRASIL

Pátria amada, mãe gentil
De seus guerreiros filhos
De brados fortes e almas frágeis...
De esperanças de um sol reluzente
De liberdade.
Gigante no querer pela igualdade,
Pequeno diante da fragilidade do poder.
Pátria amada, mãe gentil
Que acolhe bravamente
Aqueles  a quem não teve direitos,
Oportunidades,
Que mesmo lutando bravamente,
Foram engolidos pela sociedade
Que marginaliza seus próprios filhos.
Pátria amada, mãe gentil
Amada, idolatrada...
Brasil de sonhos...
Iluminando o mundo e dando a cada um de nós 
O desejo de sermos realmente
LIVRES!!!

Homenagem

Esse blog é uma homenagem á minha família, descendentes de Alberto Mariano de Oliveira, Poeta Parnasiano e Amélia Mariano de Oliveira. Meus tios avós.
Aqui postarei poesias deles, minhas e de minhas tias, ainda vivas, que também fazem poesias.
Essa é uma forma que encontrei de eternizar a poesia na família e compartilhar com todos que amam poesias.