segunda-feira, 14 de janeiro de 2013




http://www.poeta.ws/imortais/olegario.htm


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HOMENAGEM AO POETA ALBERTO DE OLIVEIRA
Não, não morreste, mestre Alberto de Oliveira!
Ouço-te ainda a voz de ritmados acentos.
Ora no perpassar desenfreado dos ventos,
ora no turbilhão das águas em cachoeira.
Vejo-te o vulto ereto e firme de palmeira
A fronte desfraldados largos firmamentos.
E em teus poemas escuto os humanos lamentos,
O rugir das paixões no espasmo da cegueira.
Em cada arbusto, em cada fonte, em cada ser
Ficou, por tua ausência uma sombra de mágoa
Que lá dos altos céus tu não consegues ver.
E nas noites de luar, quando é mais triste o luar,
O Paraíba estende os longos braços de água
Para as margens, num choro triste, a te chamar.
IIE te chama baixinho a cancela da estrada
E o fio d'água, entre begônias na floresta.
Pergunta onde andarás às abelhas que em festa
Tecem poemas de mel na colmeia dourada.
O cavaleiro quando passa em disparada
Diz o teu nome ao vento e o vento à serra. E nesta
Velha paineira aberta em flores, inda resta
Chuva de pólen dos teus versos na ramada.
Festa de asas, cantar de pássaros...Rumor
De insetos...Anda no ar transparente ligeira
A primavera clarinando em teu louvor.
E a casa que foi tua e hoje é casa de Deus,
pelos braços da velha e esgalhada mangueira
Manda-te ao por do sol, o seu último adeus.


Olegário Mariano