FIM

Esse é o último poema que te faço,
Por isso tem que ser longo...
Preciso me despedir de você e de mim,
Do que fui quando estive com você,
De você, porque ainda te amo
E de nós,
Porque éramos tanto.
Preciso me deixar partir
Porque você já se foi.
Preciso fechar essa porta
Você não passará por ela.
Preciso abrir janelas
E deixar o sol entrar.
Esse é o último poema que te faço...
E quero deixar nele,
Todas as minhas lágrimas.
Quero seguir viagem,
Preciso te esquecer.
Preciso aceitar essa dor
E fazer dela, seu último poema
Preciso olhar outros caminhos,
E seguir sem você.
Sem seu cheiro,
Sem seus beijos,
Sem esperas.
Esse é o último poema que te faço...
Em pé, na fila da lotérica,
Onde só lembro,
Que no jogo do amor
Fui perdedora!
Esse é o último poema que te faço...
E o faço com o coração partido,
Porque sei que depois dele,
Haverá um ponto final.
Tudo parece sem sentido,
Até minha dor
parece nada valer.
Ninguém sabe,
Ninguém percebe
Meu choro silencioso.
Não sei como serei sem você,
Sem o pouco que me eras...
Sem as tantas esperas,
Sem a esperança de tudo outra vez.
Esse é o último poema que te faço...
Até a dor da saudade me bater de jeito,
E fazer meu coração sangrar.
E mais uma vez eu precisar
De um novo poema,
Para, pelo menos nele,
Eu te encontrar.

Patricia Oliveira
10/08/2015

                                  Amor em palavras

O paradoxo de querer
Fazer amor no corpo
E nas palavras...
E minhas falas te acariciam
E abrem seus botões,
Seu zíper...
Suas palavras me penetram
E eu me entrego toda á você.
E você entra em minhas palavras abertas,
Escancara minhas sílabas
E goza versos dentro de mim....
E cada verso me viola,
Cada maneira me adora,
Me põe de quatro versos
E  me ama nos meus intervalos.
E goza em minhas esperas.
E enquanto escrevo,
Lembro de quando escreves..
E o nosso prazer chega ao clímax poético,
E você me diz,
Que acordou com versos desesperados,
Esperando que lhes acalmassem as sílabas.
E foi o que você fez:
Abriu as janelas do seu quarto
E o sol rimou...

Patricia Oliveira
04/08/2015

                                        Luar



Acho linda a saudade,
Sempre vestida de lua
Um sentimento mágico.
O que faremos nós?
Deixamos ela nua?
Ou a vestimos de paz?
Lua que é cúmplice desse nosso
Amor impossível...
E vou, noite a dentro...
Me amando sozinha,
Com ela a me espiar..

Patricia Oliveira

04/08/2015

                                    Visão
Olhos que sorriem
Para esconder as dores 
Boca que encanta
Á espera de sabores,
Beleza que envolve,
Luz na escuridão
Nada havia...
Mais nenhuma emoção.
Medo, 
Dor,
Sonho e amor.
Mas ...que o tempo,
Tão distante de nós dois,
Esse que nos une
E nos distancia
Esconde um desejo
Que grita!!!!
Essa fome de amar...
Vem, me olhe,
Derrama seu olhar em mim e finalmente 
Me enxergue!

Patricia Oliveira

04/08/2015

                                          Paladar

Seus beijos doces
Escorrem pela minha boca, o mel.
Que sua língua
Recolhe e engole
O amargo da espera.
E espalha morangos
No meu corpo
E me come,
Com sua boca quente
Provando do meu veneno
Para morrer de amor!!

Patricia Oliveira
04/08/2015

                                     Tato


A gente nunca sabe
O caminho que elas irão percorrer...
Mãos que acariciam...
Mãos que ajudam,
Mãos que afagam,
Mãos que enlouquecem,
Mãos que dizem adeus!
Mãos para o bem,
Mãos para o mal.
Mãos que sentem minha pele macia,
E o calor do meu corpo nu.
Que me pega com firmeza,
mas com doçura...
Ah as mãos...
Amo suas mãos!

Patrícia Oliveira

04/082015

                                        Olfato

E de repente andando pelas ruas,
O vento trás o cheiro de um perfume,
Não um perfume qualquer...
Mas, o seu cheiro, 
de feromônios,
Aquele que me enlouquece e só faz te querer mais...
Dominou minha mente e meu corpo.
E vem as lembranças desse cheiro,
Dos momentos de amor eternizados em meu olfato.
E te comparo a cheiros especias...
Terra molhada,
Chocolate,
Delicados,
Incensos de sândalo
Alecrim...
E o do sabonete
Quando saia do banho...


Patricia Oliveira
04/08/2015

                                  Epitáfio



Ainda estou aqui,
Todas as vezes que lembro de você,
Eu sinto sede do seu gosto em mim,
E percebo que nada morreu.
O amor adormece,
Ele descansa à espera...
Deitado adormece em meio as flores,
Onde em seu epitáfio escrevi
Palavras lindas,
Juras de amor eterno,
De promessas de amor 
De um dia você o vir despertar.
Porque o amor...
Ele nunca morre,
Vive eternamente
Nos corações de que o viveu.
Mesmo  que viva apenas nas lembranças...
Ele sempre viverá!
E será velado
Em um luto permanente...

Patricia Oliveira
04/08/2015