Do que eu gosto, poucos vão gostar
Gosto do vento que arrebata tudo
Adoro a chuva com seu canto frio
Da fria noite calma sem luar.
Gosto de ver o sol morrer aos poucos
Para que luzes as estrelas possam ter
Para que eu sinta a paz e o silêncio
Que durante o dia eu não pude ter.
Gosto de ver árvores secas e sem folhas
Gosto de ver cair água do céu
Gosto da rosa porque tem espinhos
Prefiro o amargo ao doce mel.
Gosto de ouvir o choro da criança
Gosto de ver a gota do orvalho
Que pendurada se espatifa ao chão
Gosto e quero sentir o abandono
Acompanhado da calma solidão.
Gosto da morte mais que o nascimento
Gosto do fim mais que o começo
Gosto da terra, gosto mais do céu...
Gosto do céu porque não posso tê-lo
Não posso nem sequer compreender
Porque foi o céu o escolhido
O lugar santo para Deus viver.
Maria Amélia de Oliveira Bento ( minha tia)